segunda-feira, 24 de agosto de 2009

... e veio o balde d´água fria

Do último e único post pra cá, tudo estava bem. Eu estava orgulhoso de mim mesmo, por estar lidando tão bem com essa separação.

Dias sem trocar um "a" ao MSN, tampouco fone e sms. A saudade batia, mas parecia superficial. Me sentia bem, vivo e pronto pra outra.

Sabadão. Como ando ainda mais caseiro, resolvi fazer um programa família e fui ao teatro justamente com a família. Lá, alguns casais gays e um grupo com pelo menos 10 homens gays, provavelmente amigos. Como descobri? Bem, os trajes futilmente elegantes denunciavam a trupe de machos, reunida. Sem falar no radar.... você acaba notando um olhar, o óculos fashion ou algum detalhe exagerado, como cadarços vermelhos em um tênis branco.

Pós teatro, lá estava eu em casa. "O que fazer em um sábado a noite sem sono, perto da meia noite?", pensei.
Resolvi então dar uma rasteira na solidão e voltar à ativa, procurando alguém bacana em um dos lugares menos dignos de se encontrar alguém que não queira somente uma diversão via cam ou um encontro casual, sem sentimentos envolvidos: O tal do chat, reduto de boa parte dos caras que curtem caras, dos mais variados perfis. Haja peneira para tentar não cair no conto do vigário!
Chat é um negócio que, para mim, não funciona. Das poucas vezes que o usei para conhecer alguém, não deu muito certo. Gosto do lance cara a cara, analisando o conjunto e gosto ainda mais dos olhares sutis, perdidos em meio a um lugar não-gay.

Eis que..... bingo! A sorte parecia sorrir. Conheci alguém com o meu perfil, idade parecida, mesmos ideais e..... ah não! De outra cidade. De novo, não! No more deja vu.
Ainda assim, insisti em conversar....

Domingão frio. Acordei cedo, se comparado ao horário em que fui dormir. Mas não tinha mais sono, então saltei da cama, tomei um banho e me troquei. Há tempos queria acordar cedo em um domingo, para ler jornal, ver TV e ver a manhã passar. Já de noite, entrei no MSN e teclei com um amigo do ex. Conversamos amenidades, mas não resisti e perguntei sobre ele.
É como dizem: quem procura, acha! E eu achei sarna pra me coçar. Fiquei sabendo que ele viajaria pro exterior, pra fazer sozinho, a viagem que estávamos planejando fazer no começo de janeiro. Me senti mal, tive dor de barriga e achei que não fosse ter sono.
Não aceitei a ideia de ter no lugar mais espetacular do mundo, alguém que eu ainda gosto muito, sem mim. E quem ía apresentar o lugar seria eu! Me senti traído, mesmo sem ter sido.
Pensativo e sem sono, fui dormir.

Segunda-feira. Mais uma semana começa. Logo cedo no trabalho, conecto o MSN. Lá estava o ex. Finalmente, depois de 10 dias, trocamos algumas palavras, por iniciativa minha.
A noite, mais MSN. Dessa vez, exclusivamente com o ex e por mais de 2 horas. Cam X cam. Que saudades! Vontade de me teletransportar pro sul do país para acariciar o rosto, beijar aquela boca e sentir seu cheiro.

Toquei no assunto da viagem, que por sinal, foi desmentida por ele. Disse que não tem viagem nenhuma. Aproveitei pra convidar, novamente. Durante a conversa, papo vai, papo vem... parecia o ensaio para um retorno. Mas não era.

Partimos pro assunto "coração". Li o que não queria. Conheceu sim outras pessoas, mas disse não ter tido nenhum tipo de contato físico. Ainda.
Perguntou se eu havia conhecido alguém. Disse a verdade: não.

Tentando fazer das cinzas, Fênix, falei sobre voltarmos. É incrível como me sinto carente quando o vejo ou quando fico sabendo coisas sobre ele.
Ressaltei, mais uma vez, que vale a pena. Que apesar dos 650km que nos separam, um casal que se gosta, mesmo fisicamente longe, está muito mais perto um do outro do que casais fisicamente perto, mas com coração longe.
Aí que veio o balde d´água fria: Ele riu. E não se controlou, fazendo da risada, uma gargalhada. Ainda não entendi o que de tão engraçado foi dito. A cam estava aberta, criando aí uma saia justa. Eu estava emotivo e enquanto digitava, deu nó na garganta e me controlei pra não ficar com os olhos molhados.
Acabou dizendo que pareço ele há algum tempo atrás, tentando salvar o antigo relacionamento. Não creio que tenha falado por mal, mas ainda assim, me senti humilhado. Não pela risada, mas por ver que já não há mais o cuidado com o sentimento do outro. Fiquei sem palavras. E ele também, mandando apenas um: sorry!
Na mesma hora, o nó na garganta se desfez e em seu lugar veio um insight, do tipo: ACORDA, PAULISTANO!

A cam permaneceu aberta por mais alguns minutos. Ambos mudos. Eu o via e sei que ele me via de vez em quando também. Mas em determinado momento vi que sorria, pois teclava com outra pessoa. Resolvi fechar a cam e me despedi.

É complicado gostar de quem não gosta da gente, na mesma intensidade. E por ironia do destino, sempre pensei que nunca sofreria por causa de relacionamento... que nada me abalaria, achando que, se uma relação acabasse, partiria pra outra e pronto. Acreditava piamente que as pessoas sofriam por fraqueza, por zona de conforto ou por qualquer outra coisa que não fosse um sentimento puro. E pode-se ver que não é bem por aí, pois o Paulistano, até então todo cheio de si, agora colhe os cacos do coração partido. Mas isso passa!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O pontapé inicial

Cá está meu primeiro post.
Sempre me perguntei pq raios eu nunca tive um blog. Hoje, resolvi criar um.

O principal motivo para este feito é que eu preciso conhecer gente nova. E espero que, por aqui, possa conhecer gente legal, amiga, com conteúdo e que esteja vivendo ou tenha vivido situações parecidas com as que vivo hoje.

O dia de hoje foi de muita reflexão. Stress no trabalho e o fim de uma fase.... onde, depois de muito pensar, me desfiz de pouco mais de 500 SMS recebidos e arquivados em meu celular, ao longo de pouco mais de 5 intensos meses onde aprendi, de fato, o que é amar alguém do mesmo sexo.

Quando um não quer, dois não fazem. E quando um não quer mais estar em um relacionamento, não adianta dar murro em ponta de faca. Portanto, hoje, optei por não ler mais os SMS antigos e acabar de vez com a nostalgia. Afinal de contas, o que passou, passou.... e foi muito bom enquanto durou!


Paulistano