sábado, 28 de novembro de 2009

Livre, leve e.... solto?!

Solteiro. Depois de responder sim a um pedido de namoro, mesmo sem a certeza de que o sim era a resposta certa, decidi, enfim, terminar.



O resumo:

2 semanas curtindo o "namoro";

1 semana sem vontade de ver - mas vendo;

1 semana sem vontade de ver - e sem ver;

2 semanas fora de São Paulo;

1 única transa em todo esse período.



"Namoro" entre aspas, pois sei o que é namorar. E esse lance que tive, com um cara muito do bacana, diga-se de passagem, não me fez confiante o suficiente para dar andamento na relação. Por vezes, pensei que faltava um pouco de vontade de minha parte. Mas durante os dias em que estive fora de São Paulo, tive a certeza que mesmo com vontade de fazer dar certo, o relacionamento estava condenado e não iria dar em nada.



Fora de São Paulo, passei alguns dias visitando o Estado do ex (aquele, dos posts anteriores..). Estava distante dele, cerca de 150km, que nos impediram de marcar um jantar ou algo do tipo. Tudo me fazia relembrar (o mesmo DDD, um prato no restaurante, o carro idêntico ao seu passando na rua, a música que tocava enquanto eu estava dentro de uma loja etc).



Liguei, mandei SMS. Retomamos contato. A esperança de um retorno, voltou. Com isso, veio também a certeza de que precisava ser feito algo em relação à pessoa que me esperava em São Paulo. E fiz, assim que cheguei - terminando o "namoro".

Me sinto livre e leve, mas não digo que solto, pois a cabeça passa boa parte do dia há 700km de distância.

domingo, 11 de outubro de 2009

Allegro ma non troppo

Allegro

Cara novo na parada.

Domingo a noite. Depois de teclar por dias, falar ao fone por horas e passar madrugadas teclando via MSN, acontece o tão esperado primeiro encontro.

Saio de casa e dirijo até o local. Nos encontramos, batemos um breve papo e tive a momentânea certeza de que não rolaria nada de minha parte. Havíamos marcado um jantar. Vontade de jantar com ele não havia, mas para não ser mal-educado, fui ao restaurante, ainda que meu real desejo fosse sumir do mapa sem deixar pistas.
Alguns minutos depois, já no restaurante, embalado pela boa conversa, o desejo de sumir havia se transformado em uma necessidade de desbravar aquele cara. Bom papo, boa voz, centrado, inteligente, sem pinta alguma. Mesma idade, alguns bons gostos em comum, bom emprego, paixão por viagens. Meu feeling dizia que daria certo. Saímos do restaurante e já no carro, beijamos. E continuamos beijando, até tarde da noite.


No dia seguinte, um novo encontro cheio de beijos.


Pouco mais de duas semanas depois, temos perto de uma dezena de encontros e um pedido de namoro. Sem pensar muito com a cabeça de cima, aceito o pedido.






Allegro... ma non troppo

Eis que, nos últimos dias, o ex ressurge como um bom amigo. Conversa vai, conversa vem e cinco minutos depois, teclávamos como nos velhos tempos, mas agora, sem direito aos chamegos de uma relação amorosa. E dias depois, ressurge de novo, ainda como amigo. Não investiu, não brincou com malícia, não fez nada que pudesse me dar esperanças de um retorno. Mas bastou retomar contato pra eu sair do eixo, me arrepender de ter deletado os SMS recebidos enquanto estávamos juntos, sonhar com ele e pensar, inclusive, em viajar até seu Estado para vê-lo, com a desculpa de aproveitar as férias.

Confusão de sentimentos. Estou com um, mas penso em outro. Sinto tesão por um, mas quando imagino o futuro, idealizo o outro.

Erros estúpidos e sinais mal interpretados. Mesmo com toda a vergonha e todo o constrangimento, você percebe que nunca perdeu a esperança. Que venham os próximos dias...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A São Paulo gay

Dia desses, resolvi fazer um programa que há tempos não fazia: Sair de carro, sozinho e sem rumo, por São Paulo.
Sempre gostei de dirigir por aí, sem destino, sem hora pra voltar, com o som alto e com um maço de cigarros pronto para ser queimado. Fiz isso muito na época em que comecei a dirigir, mas com o passar dos anos e com os novos programas que surgem, os velhos hábitos nem sempre são mantidos.

Toquei para o bairro dos Jardins, em especial, a rua Oscar Freire, reduto de emergentes, integrantes de famílias quatrocentonas, curiosos, turistas, fashionistas e gays, muitos gays. Foi dar a seta à esquerda e entrar na tal rua, que pude avistar três amigos, repletos de sacolas de marcas famosas. O trânsito estava carregado, então tive a sorte (sic) de parar no semáforo e analisar, por rápidos dois minutos, aqueles três. Bom, todos estavam na faixa de 40 e poucos anos, dois deles, bastante sarados e o teceiro, estilo urso. As sacolas denunciavam seus gostos excessivos por moda, sem falar, nas roupas que vestiam. Todos com grandes óculos de sol, estilo aviador. Os sarados, com camisetas grudadas, para que todos vissem seus músculos. O urso, com camiseta, bermuda, tênis e um cachecol. E olha, estava calor em São Paulo. Qualquer um, que não cego, podia enxergar que héteros, não eram.

Ok, alguns podem estar se perguntando: Mas o que o Paulistano tem a ver com o gosto dos caras? Ele paga as compras e as contas dos três? O post dele está sendo preconceituoso ou não?

Bom, vamos lá: Realmente, nada tenho a ver com a vida dos caras. Eles fazem o que bem entendem e possivelmente, estando fora do armário, são muito mais felizes e decididos do que eu. Não pago as contas nem os luxos de nenhum deles, então, pouco tenho que achar estranho o fato do cachecol no pescoço. E sim, o post está sendo um tanto quanto preconceituoso, pois se não estivesse, eu não me daria ao trabalho de postá-lo. Ele simplesmente passaria batido, dando espaço pra qualquer outra pauta.

Pouco mais à frente, na mesma rua, vejo um casal, dessa vez emparelhado num semáforo ao meu lado. Com os vidro fechados e lacrados com insul film, eles não me viam, mas eu pude vê-los dando um selinho e na sequência, olhando para os lados para ver se alguém na rua, ou se o motorista do carro ao lado, no caso, eu, teria visto.
Eu, que estou longe de ser santo e que já tive meus momentos de namoro sobre quatro rodas, achei a atitude ousada e ao mesmo tempo, "fofa".

Paradoxalmente, a ótica com a qual fui à Oscar Freire me fez pensar em muitas coisas, como exemplo, que sair do armário não necessariamente tem a ver com usar cachecol numa tarde de sol. Nem usar camisetas PP, em corpos que requerem camisetas G. Sair do armário pode ser simplesmente se permitir viver alguns desejos e se permitir ser feliz, do seu jeito.
Uma vez li em algum lugar, que devemos nos preocupar mais com aquilo que não queremos ser, do que com aquilo que queremos ser. E faz sentido. Se você objetiva não ser uma pintosa da Oscar Freire, você não vai ser uma pintosa da Oscar Freire. Dá pra gostar de homem, sendo homem e dá pra gostar de homem e passar desapercebido.

Mais uma vez ficou provado pra mim, que, GAY, embora tenha apenas três letras e intangível, é maior e mais pesada do que PARALELEPÍPEDO, com catorze letras e tangível.
Se pra mim, que tenho experiências com caras, isso pesa, imagino para a minha família, que é tradicional quando trata-se desse assunto. Só por Deus.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

... e veio o balde d´água fria

Do último e único post pra cá, tudo estava bem. Eu estava orgulhoso de mim mesmo, por estar lidando tão bem com essa separação.

Dias sem trocar um "a" ao MSN, tampouco fone e sms. A saudade batia, mas parecia superficial. Me sentia bem, vivo e pronto pra outra.

Sabadão. Como ando ainda mais caseiro, resolvi fazer um programa família e fui ao teatro justamente com a família. Lá, alguns casais gays e um grupo com pelo menos 10 homens gays, provavelmente amigos. Como descobri? Bem, os trajes futilmente elegantes denunciavam a trupe de machos, reunida. Sem falar no radar.... você acaba notando um olhar, o óculos fashion ou algum detalhe exagerado, como cadarços vermelhos em um tênis branco.

Pós teatro, lá estava eu em casa. "O que fazer em um sábado a noite sem sono, perto da meia noite?", pensei.
Resolvi então dar uma rasteira na solidão e voltar à ativa, procurando alguém bacana em um dos lugares menos dignos de se encontrar alguém que não queira somente uma diversão via cam ou um encontro casual, sem sentimentos envolvidos: O tal do chat, reduto de boa parte dos caras que curtem caras, dos mais variados perfis. Haja peneira para tentar não cair no conto do vigário!
Chat é um negócio que, para mim, não funciona. Das poucas vezes que o usei para conhecer alguém, não deu muito certo. Gosto do lance cara a cara, analisando o conjunto e gosto ainda mais dos olhares sutis, perdidos em meio a um lugar não-gay.

Eis que..... bingo! A sorte parecia sorrir. Conheci alguém com o meu perfil, idade parecida, mesmos ideais e..... ah não! De outra cidade. De novo, não! No more deja vu.
Ainda assim, insisti em conversar....

Domingão frio. Acordei cedo, se comparado ao horário em que fui dormir. Mas não tinha mais sono, então saltei da cama, tomei um banho e me troquei. Há tempos queria acordar cedo em um domingo, para ler jornal, ver TV e ver a manhã passar. Já de noite, entrei no MSN e teclei com um amigo do ex. Conversamos amenidades, mas não resisti e perguntei sobre ele.
É como dizem: quem procura, acha! E eu achei sarna pra me coçar. Fiquei sabendo que ele viajaria pro exterior, pra fazer sozinho, a viagem que estávamos planejando fazer no começo de janeiro. Me senti mal, tive dor de barriga e achei que não fosse ter sono.
Não aceitei a ideia de ter no lugar mais espetacular do mundo, alguém que eu ainda gosto muito, sem mim. E quem ía apresentar o lugar seria eu! Me senti traído, mesmo sem ter sido.
Pensativo e sem sono, fui dormir.

Segunda-feira. Mais uma semana começa. Logo cedo no trabalho, conecto o MSN. Lá estava o ex. Finalmente, depois de 10 dias, trocamos algumas palavras, por iniciativa minha.
A noite, mais MSN. Dessa vez, exclusivamente com o ex e por mais de 2 horas. Cam X cam. Que saudades! Vontade de me teletransportar pro sul do país para acariciar o rosto, beijar aquela boca e sentir seu cheiro.

Toquei no assunto da viagem, que por sinal, foi desmentida por ele. Disse que não tem viagem nenhuma. Aproveitei pra convidar, novamente. Durante a conversa, papo vai, papo vem... parecia o ensaio para um retorno. Mas não era.

Partimos pro assunto "coração". Li o que não queria. Conheceu sim outras pessoas, mas disse não ter tido nenhum tipo de contato físico. Ainda.
Perguntou se eu havia conhecido alguém. Disse a verdade: não.

Tentando fazer das cinzas, Fênix, falei sobre voltarmos. É incrível como me sinto carente quando o vejo ou quando fico sabendo coisas sobre ele.
Ressaltei, mais uma vez, que vale a pena. Que apesar dos 650km que nos separam, um casal que se gosta, mesmo fisicamente longe, está muito mais perto um do outro do que casais fisicamente perto, mas com coração longe.
Aí que veio o balde d´água fria: Ele riu. E não se controlou, fazendo da risada, uma gargalhada. Ainda não entendi o que de tão engraçado foi dito. A cam estava aberta, criando aí uma saia justa. Eu estava emotivo e enquanto digitava, deu nó na garganta e me controlei pra não ficar com os olhos molhados.
Acabou dizendo que pareço ele há algum tempo atrás, tentando salvar o antigo relacionamento. Não creio que tenha falado por mal, mas ainda assim, me senti humilhado. Não pela risada, mas por ver que já não há mais o cuidado com o sentimento do outro. Fiquei sem palavras. E ele também, mandando apenas um: sorry!
Na mesma hora, o nó na garganta se desfez e em seu lugar veio um insight, do tipo: ACORDA, PAULISTANO!

A cam permaneceu aberta por mais alguns minutos. Ambos mudos. Eu o via e sei que ele me via de vez em quando também. Mas em determinado momento vi que sorria, pois teclava com outra pessoa. Resolvi fechar a cam e me despedi.

É complicado gostar de quem não gosta da gente, na mesma intensidade. E por ironia do destino, sempre pensei que nunca sofreria por causa de relacionamento... que nada me abalaria, achando que, se uma relação acabasse, partiria pra outra e pronto. Acreditava piamente que as pessoas sofriam por fraqueza, por zona de conforto ou por qualquer outra coisa que não fosse um sentimento puro. E pode-se ver que não é bem por aí, pois o Paulistano, até então todo cheio de si, agora colhe os cacos do coração partido. Mas isso passa!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O pontapé inicial

Cá está meu primeiro post.
Sempre me perguntei pq raios eu nunca tive um blog. Hoje, resolvi criar um.

O principal motivo para este feito é que eu preciso conhecer gente nova. E espero que, por aqui, possa conhecer gente legal, amiga, com conteúdo e que esteja vivendo ou tenha vivido situações parecidas com as que vivo hoje.

O dia de hoje foi de muita reflexão. Stress no trabalho e o fim de uma fase.... onde, depois de muito pensar, me desfiz de pouco mais de 500 SMS recebidos e arquivados em meu celular, ao longo de pouco mais de 5 intensos meses onde aprendi, de fato, o que é amar alguém do mesmo sexo.

Quando um não quer, dois não fazem. E quando um não quer mais estar em um relacionamento, não adianta dar murro em ponta de faca. Portanto, hoje, optei por não ler mais os SMS antigos e acabar de vez com a nostalgia. Afinal de contas, o que passou, passou.... e foi muito bom enquanto durou!


Paulistano